Violência doméstica: GIAV necessita de apoio financeiro

Desde 2010 que o GIAV – Gabinete Intermunicipal de Apoio à Vítima, acolhe nas suas instalações, em Torres Vedras, vítimas de violência doméstica provenientes deste Concelho e de Concelhos vizinhos. Através do projeto “-violência =dade +informação” o GIAV descentralizou a sua ação e passou a levar apoio social, psicológico e jurídico a oito Municípios que até então não tinham esta resposta: Alenquer, Arruda dos Vinhos, Cadaval, Lourinhã, Nazaré, Óbidos, Peniche e Sobral de Monte Agraço.

Este projeto, que terminou em maio de 2019, obteve um resultado muito para além do previsto: permitiu prestar às vítimas um acompanhamento mais próximo e aumentar em 13,5% o número de novos atendimentos realizados pelo GIAV. Contudo, apesar dos bons resultados da iniciativa, o serviço do GIAV enfrenta agora dificuldades financeiras.

Com o fecho do projeto “-violência =dade +informação”, cessou o financiamento do Programa Operacional Inclusão Social e Emprego (POISE) e o GIAV passa a contar apenas com a verba do Instituto da Segurança Social que é “claramente insuficiente face à procura”, como explica Ana Isabel, Secretária-Geral do Centro Social Paroquial de Torres Vedras, a Instituição responsável pelo GIAV: “o apoio da Segurança Social visa o atendimento a 11 utentes por mês. Só em 2018, a média de vítimas diretas em acompanhamento mensal pelo GIAV foi de 62 pessoas, vítimas a quem não vamos negar apoio”.

Para tentar garantir a continuidade de todas as suas atividades, a equipa já formalizou diversos pedidos de apoio, nomeadamente junto das Câmaras Municipais envolvidas, da OesteCIM e do Programa de Celebração ou Alargamento de Acordos de Cooperação para o Desenvolvimento de Respostas Sociais (PROCOOP).

Que o GIAV deixe de estar dependente de projetos “a prazo” é o que defende Carla Patrício, Assistente Social do CHO – Centro Hospital do Oeste, entidade parceira do GIAV: “numa altura em tanto se fala de violência, e que na saúde nos deparamos diariamente com situações de pessoas desesperadas, é absolutamente fundamental a existência de projetos como este” assegurados por “instituições com reconhecimento na comunidade como é o caso do Centro Social Paroquial e da equipa técnica do GIAV”.

O atendimento às vítimas volta a fazer-se, para já, nas instalações próprias do GIAV, em Torres Vedras, via marcação prévia por telefone – 261 094 900 ou email – giav@centroparoquialtvedras.com.